O silêncio do outro, o silêncio que se instala sem explicação, deixa um rastro pesado de saudade e de perguntas sem respostas. Ele nos envolve com a sensação de algo perdido, de algo que se foi, mas que ainda parece habitar todos os lugares. Este texto fala sobre essa presença fantasmagórica — invisível, mas intensamente real, que ocupa o espaço de dentro e de fora de nós, deixando tudo em suspensão, esperando um fim ou um novo começo.
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O silêncio
Tomou conta da casa
Entrou pela janela
Invadiu os armários
Percorreu os corredores
Se instalou no quarto
O silêncio
Gritou nomes
Sacudiu as cortinas
Empoeirou os livros
Tirou o brilho dos olhos
Amargou os sentidos
O silêncio
Derrubou o muro
Alagou o quintal
Matou as flores
Ocupou os espaços
Dentro e fora de mim
O silêncio
Do outro
Doeu de um jeito
Intenso
Em mim.