Nem todo fim vem com aviso.
Às vezes, o outro simplesmente vai. Vai ficando longe, calado, até que só reste o eco do que não foi dito.
E quem fica precisa aprender a lidar com o silêncio, aquele que pesa mais que qualquer palavra dura.
Esse texto fala sobre isso: sobre deixar ir o que não quer ficar.
Sobre o luto de relações que terminam antes mesmo de serem nomeadas.
E sobre como, mesmo nos finais sem explicação, é possível se reencontrar.
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Os sonhos para o futuro ficaram pra trás,
como as promessas que não se cumpriram,
como as palavras que se perderam no ar.
Você foi se distanciando, pouco a pouco,
sem fazer barulho,
mas a saudade, essa não soube silenciar.
E eu aprendi a me acostumar com o vazio
De algo que antes eu sentia como presença.
E assim, o que antes eu queria sem pressa,
Se perdeu num tempo sem tempo.
O que restou foi uma despedida sem gritos,
um silêncio mais pesado do que as palavras ditas.
Dessa vez, você decidiu ir embora,
deixando a conta paga sobre a mesa.
E foi o fim, do fim.