12 Apr
12Apr

A dor de um amor não correspondido é real e não deve ser minimizada.
Muitas vezes, nos vemos imersos no que poderia ter sido, no que faltou, no que não deu certo. E isso, por si só, pode criar uma dor profunda, que não tem nome, mas que pulsa no peito.
No entanto, é fundamental compreender que, mesmo quando o outro não corresponde, a intensidade do nosso sentir é legítima.
Este texto traz uma reflexão sobre a importância de acolher essa dor, sem julgamentos, e de aprender a continuar sentindo, mesmo quando não sabemos exatamente o que fazer com o que sentimos.
Porque entre o fim e o recomeço, existe um espaço de cura: o de aprender a se reconstituir, a seguir em frente com a dor, sem perder a capacidade de amar.

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Partiu daquele amor sem destino, 
perdida ainda no que houve 
e no que poderia ter sido. 
Seguiu consigo mesma 
e o calor no peito 
de quem amou certo 
no momento errado. 
Descompassos de desejo, 
de tempo, 
de coragem, 
fizeram a história bonita 
ter fim antes mesmo de começar. 
Sentiu uma raiva quase infantil 
pela rejeição dele. 
Ela, tão honesta no sentir, 
tão intensa, 
tão inteira, 
tão ela. 
Dela mesma, novamente. 
Porque ele não a quis. 
E quem sabe, 
num outono mais maduro, 
eles se reencontrem. 
Não como metades 
tentando se colar, 
mas como inteiros 
dispostos a se tocar. 
Porque entre o que termina 
e o que recomeça, 
há um espaço sagrado: 
o de quem decide continuar sentindo, 
mesmo quando não se sabe o que fazer. 
E o amor... o amor mora aí. 
No que ainda pulsa.

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