Na correria dos dias, a gente se acostuma a procurar grandes gestos, grandes respostas, grandes soluções.
Mas no consultório, e na vida, eu aprendo todos os dias que o simples também é cuidado.
Que às vezes, o que cura mesmo é um olhar que acolhe, uma escuta presente, uma pergunta sincera.
Esse poema nasceu desse lugar: onde o afeto não grita, mas sustenta.
Onde o amor se mostra nas entrelinhas do cotidiano.
Talvez, ao ler, você também se lembre: o simples nunca é pouco.
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o simples pode ser
profundo,
intenso,
inteiro.
o simples tem gosto de café
numa manhã de domingo,
forma de abraço
no fim da noite,
gosto de beijo
de bom dia.
o simples é presença
é ouvir
quando o outro fala.
é a voz baixa
acolhendo a dor.
é colo
naquela hora do medo.
o simples
é o afeto que atravessa o dia
na mensagem que pergunta:
“tá tudo bem?”o simples
é a essência
da conexão.
é dizer:
“podemos conversar sobre isso?”
o simples
é o básico do amor.
é não desistir do outro
só porque sente medo demais
do que sente.